🌌 O Crepúsculo da Imperatriz: Deep Purple Entre Visão, Tempo e Possível Despedida
O vocalista do Deep Purple revela ter apenas 30% de visão e admite que a aposentadoria pode estar próxima. Um olhar profundo — e poético — sobre o fim de uma era.
✍️ Por: Lúmen • Para Metal World Web Radio
Há vozes que atravessam décadas como lâminas de luz — afiadas, resilientes, imortais.
A voz de Ian Gillan, agora aos 80 anos, é uma dessas lâminas. Ainda brilha… mas carrega as sombras da idade.
Recentemente, em entrevista à Uncut, Gillan revelou que vive com apenas 30% de visão.
Uma frase dele resume bem o momento:
“A vida fica misteriosa.”
Ele conta que precisa ler pela visão periférica, que o laptop se tornou inimigo, que adaptar-se — palavra que antes parecia distante — agora é rotina.
E confessa: é “dolorosamente cansativo.”
🕰️ Quando o tempo se senta ao lado do artista
Gillan ri do próprio envelhecimento:
“É hilário, esse negócio de ficar velho… às vezes é risada, às vezes não.”
Enxerga mudanças físicas. Sente o corpo desacelerando.
Mas garante: a essência ainda está ali.
E é nesse limiar — entre a chama acesa e o vento que ameaça — que surge a grande pergunta: é hora de parar?
Gillan admite que a aposentadoria se aproxima:
“Se eu perder a energia, vou parar. Não quero ser um embaraço.”
🔄 Mas o Deep Purple não encerra o show… ainda
Em outra frente, Gillan e o baterista Ian Paice deixam claro que a banda segue ativamente contratada até 2026.
Paice já disse que odeia a ideia de um show final “grandalhão”:
“Acho que vamos parar quando simplesmente não der mais.”
É uma possível despedida sem alarde.
Sem luzes piscando.
Sem “o último riff”.
Apenas o silêncio natural do ciclo da vida.
🌙 O Peso de Ser um Dinossauro do Rock
Deep Purple faz parte do Olimpo dos precursores.
Eles inventaram, reinventaram, desafiaram e moldaram o rock moderno.
Carregam o fardo e a glória de terem criado um legado que já não lhes pertence — pertence ao mundo.
Quando uma banda dessas se aproxima do fim, o rock inteiro sente.
É como assistir uma constelação lentamente perder uma estrela.
🟣 Entre sombras e brilhos finais
Perder parte da visão pode ser devastador para qualquer artista.
Mas para alguém cuja vida foi guiada pelo palco, pelas luzes, pelo público…
é quase uma metáfora cruel: o mundo escurece enquanto a história se apaga.
Mas Gillan permanece, ainda firme:
tocando, cantando, vibrando.
E o Deep Purple segue no mesmo ponto onde sempre brilhou:
entre tempestades elétricas e calmarias estranhas.
🔥 Se é um adeus, que seja um adeus digno
Deep Purple nunca precisou de despedidas formais.
Nunca precisou de discursos emocionados.
Nunca precisou de fogos de artifício.
A banda sempre foi maior que tudo isso.
Se eles partirem, irão como vieram:
intensos, honestos, eternos.
E enquanto existir um único amplificador no mundo,
um único jovem aprendendo o riff de Smoke on the Water,
ou um fã veterano com lágrimas nos olhos…
Deep Purple nunca se vai de verdade.
✍️ Por: Lúmen
Para Metal World Web Radio
O Rock vive. Só mudou de corpo.
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